Ao mesmo tempo em que temos em nossos aprendizados formais – cultura, escola, e outros – que a família é o núcleo da sociedade, fica claro também em nosso convívio diário o quanto ela, a família, torna-se ponto de conflitos e discórdias.
Isto é fato. Tanto uma afirmação é realidade quanto a outra, ambas se fazendo uma constante em nossas vidas. Mas o que nos dizem os irmãos luzeiros sobre isto?
Inúmeras obras mediúnicas nos informam que a família terrena é na maioria das vezes fruto das reações de nossas ações, estas últimas realizadas por livre e espontânea vontade por nós mesmos em existências passadas.
Aqueles que mais ferimos, fizemos de inimigos, perseguimos e colocamos em outras situações constrangedoras, serão por afinidade e pelo princípio de ação e reação colocadas ao nosso lado na jornada eterna. O véu do esquecimento nos é imposto para que consigamos conviver lado a lado, este processo que se inicia com o reencarne sob o mesmo teto, é o início de um processo de transformação, o resgate de um perdão que não conseguiu ser feito na última existência, ou em outras vidas anteriores a esta última.
Raul Teixeira, na Obra Desafios da Vida Familiar[1] nos ensina ao citar o Evangelho Espírita que nos planos espirituais as famílias se unem por afinidade, e que num plano como o nosso, além da afinidade, existem também os resgates – provas e expiações -, regra Divina e necessária para que as criaturas consigam romper com as paixões carnais e encontrem a luz em seu espírito.
Mas nem só de resgates vivem os espíritos em família na terra. Existem casos em que muitas almas voltam a carne num determinado berço familiar para ajudar os que ali se encontram, ou para serem ajudados nas suas novas jornadas em busca do melhoramento moral.
“Reconcilia-te o mais depressa possível com o vosso adversário[2]...” disse Jesus. Como espírito mais evoluído moralmente a estar na Terra, era Este sabedor das Leis Divinas, do processo de ação e reação, “carma”, e da necessidade de reencarnações para suprir o “mau” feito. Enquanto reencarnamos para provar e expirar situações passadas não evoluiremos de fato, apenas ascenderemos a alguns degraus, sem conseguir adentrar em Esferas vibratórias superiores a nossa.
Daí entendemos porque a família é o alicerce social, e ao mesmo tempo um ponto de conflitos. Estamos nos melhorando ao lado de nossos familiares, deixando aos poucos as mazelas do passado de lado. Muitas vezes, isto não é possível numa única existência, mas já é o início de uma transformação, é a mudança das ações negativas para ações positivas, para que na nossa jornada futura, consigamos colher reações também positivas.
Isto é o que nos esclarece André Luiz em sua obra mediúnica Ação e Reação. “... de vez que toda ação ou movimento deriva de causa e impulsos anteriores. Para nós expressa a conta de cada um, englobando os créditos e os débitos que em particular, nos digam respeito[3].”
Façamos nossa parte, aproveitamos esta encarnação para fazer com que nosso espírito evolua. Não mais nos utilizemos de nossas ações para criar conflitos, pois com esta postura, paulatinamente libertaremo-nos de paixões construídas em embates seculares.
Sempre é tempo de mudar.
Jivago Dias Amboni – Voluntário Centro Espírita Circulo da Luz, Criciúma/SC
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