21 de abr. de 2012

Natureza das Comunicações Mediúnicas

Analisando um dos roteiros mais seguros  a respeito do assunto mediunidade - O Livro dos Médiuns  – observamos em seu capítulo 10 (dez), os estudos de Allan Kardec com relação à natureza das comunicações mediúnicas, e o cuidado que temos que ter na ocorrência das mesmas.

No capítulo acima citado, Kardec nos mostra que a natureza nas comunicações mediúnicas se dá de quatro formas diferentes. Seus estudos, o levaram a demonstrar que as naturezas destas comunicações estão classificadas em 04 (quatro) ordens diferentes.

Elas podem ser: Grosseiras, Frívolas, Sérias e Instrutivas. Todas estas divisões não são ao acaso, e muito menos criadas por Kardec, são sim, diferenciadas pela ordem intelectual e moral na qual se encontram os espíritos que se comunicam. Esta divisão em classes de espíritos é sempre feita pela ordem de evolução no qual se encontram.

Dependendo deste nível de evolução do espírito, as comunicações são enquadradas em uma ou outra natureza, nos dizendo Kardec, que nas grosseiras e frívolas, encontram-se a categoria de espíritos de terceira ordem, ou aqueles considerados ainda imperfeitos, conforme nos informam os próprios benfeitores espirituais, na questão de número 100 e seguintes de O Livro dos Espíritos.
Este cuidado com as comunicações mediúnicas encontra-se também em várias passagens dos Evangelistas, onde citamos uma:

“Caríssimos, não acrediteis em todos os Espíritos, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas, que se levantam do mundo ”.

Por isso Kardec nos coloca que nas duas primeiras comunicações, temos nas grosseiras aqueles considerados “maus”, e que se preocupam somente em desconstruir a moral cristã, valendo-se de comunicações ignóbeis, insolentes e arrogantes, sem nada construir na evolução das criaturas. São seres que ainda trabalham no erro, alimentando e comprazendo-se com a maldade, totalmente descomprometidos com a vida.

Já nas comunicações frívolas, temos ainda aqueles que não querem ver a luz pelo simples fato de não entenderem, mas já com sentimentos melhorados. São chamados de levianos ou rasteiros, onde contrário aos primeiros, não fazem o mau apenas por fazer, são antes de tudo, ignorantes em sua jornada evolutiva, necessitando de esclarecimentos para a mudança, pois seu coração já esta cansado e aturdido, solicitando no íntimo de sua razão e sentimento, um auxílio .

Estão preocupados com confabulações fúteis, em agradar os encarnados nas suas vaidades, e muito importante salientar, são aqueles que se encarregam de psicografias não sérias, que hoje pululam em meio as obras espíritas.

Passado isto, entramos nas duas últimas comunicações, feitas por espíritos de luz, que por entendimento e livre-arbítrio, conseguiram em sua jornada alcançar as legiões do Cristo, trabalhando na Terra em benefício das criaturas.

Mesmo nestas duas naturezas de comunicação, as sérias e as instrutivas, encontramos classes diferenciadas de espíritos, pois a Doutrina Espírita, bem como o Cristo, ensina-nos que a evolução espiritual é um processo contínuo . 

Neste caso, a diferença é positiva. Nas comunicações sérias, temos os considerados espíritos bons, cuja evolução intelectual e moral já teve seu início, mesmo na Terra, sendo almas boas e pacíficas. Porém, são entidades que ainda possuem certa ligação com a psicosfera do Orbe, não compreendendo todas as Leis Divinas. Trazem consigo um certo grau de sentimentos materialistas e humanos, embora não se encontrem mais nesta situação.

Por fim, falamos do ideal. As comunicações instrutivas, onde somente aqueles que já trilham pela verdadeira moral cristã, conhecendo mais profundamente os planos do Universo, apresentam-se, trazendo as lições do mais alto, enriquecendo nossas fileiras de almas, e colocando um grandioso conteúdo intelectual e moral em suas lições, alertando a visão dos homens, e os fazendo buscar sua reforma íntima.

São entidades como as que inspiraram os Evangelistas, que auxiliaram por inspiração (mediunidade) Paulo de Tarso, que caminharam pelos tempos medievais como Francisco de Assis, que deixaram sua mensagem no Oriente como Buda, Lao Tsé, que se comunicaram com Chico Xavier, que auxiliaram Kardec no Livro dos Espíritos e demais obras básicas do Espiritismo. Enfim, são seres que nos trazem uma objetividade em seus ensinos em virtude de sua envergadura de conteúdo moral, científico e filosófico, buscando fortalecer as 03 (três) revelações .

Seus ensinos são não só profundos, mas trazem uma continuidade que não se perde nos Séculos. Revestidos de uma linguagem erudita e amorosa, visam unicamente instruir, e nunca mistificar ou criar polêmicas outras.

E esta última, a comunicação primada pela Doutrina Espírita, que busca no estudo continuado dos seus integrantes, o alcance para que estas comunicações possam ser feitas. Agradecemos a todos estes benfeitores, por trazerem tão nobre conhecimento.

Cabe a nós, o estudos destas comunicações, cabe a nós a continuidade da pureza doutrinária, que se faz somente com conhecimento que consequentemente nos leva ao burilamento dos sentimentos.
Ensina-nos um dos espíritos que se comunica pela natureza instrutiva.

“ Ao exercício da mediunidade com Jesus, isto é, na perfeita aplicação dos seus valores a benefício da criatura... ”.

Esta é a natureza ideal.

Jivago Dias Amboni – Integrante do Movimento Espírita Sul Catarinense.

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