26 de ago. de 2012

Mediunato: Um Processo Natural.

O objetivo deste artigo e traçar em linhas históricas a natureza dos processos mediúnicos, demonstrando que estes processos são em suma um fenômeno natural, e sempre existente dentre os homens.

O processo mediúnico, amplamente estudado e divulgado pelo Espiritismo não é algo confirmado unicamente por esta Ciência, seu papel na esteira das revelações Divinas esta em desmistificar este fenômeno, colocando-o na esfera da razão, e explicando aos homens sua necessidade e natureza Divina.

Ao analisarmos as primeiras formações humanas no Planeta, encontramos na literatura não só Espírita, a existência da mediunidade em todos os povos.

Nossa jornada tem seu início nos primeiros povos a aprimorar tal conhecimento, os antigos Indianos e os primeiros Egípcios, com seus Vedas  e Hierofantes. Sacerdotes, que obtinham por meio de estudos secretos os ensinos para entender sua real existência na Terra, bem como a comunicação com os chamados Deuses .

Estas tradições passaram paulatinamente para os Gregos, Romanos, Essênios, Hebreus e demais povos que vieram a compor a chamada Antiguidade .

Dentre os Gregos, os médiuns eram conhecidos como Pitons e Pitonisas. Já na Roma dos Césares, como Sibilas, que ministravam suas consultas nos famosos Oráculos, como o de Delfos e Dondona .


Sobre este fato, registra o filósofo grego Platão:

“As profetisas de Delfos e Dondona, tomadas por um delírio divino, prestaram numerosos serviços à Grécia ”.

Dentre Essênios e Hebreus, aqueles que se comunicavam com os seres espirituais eram conhecidos como Profetas. Porém, na linguagem atual, todos médiuns, pois comunicavam-se com os demais planos espirituais e seus espíritos, independente de qual o nível de evolução destes.

Mas os Séculos na Terra passam como uma átimo no Universo, o tempo chega na fase de maturidade dos Homens. Após os dogmas dos Concílios que levaram a mediunidade ao caos da ignorância na Idade Média, era chegado o fim de turbulências e perseguições. Oitocentos anos de escuridão religiosa , davam espaço para o Renascimento das idéias, e a razão do Iluminismo.

Era chegado o momento da mediunidade aberta a todos, sem preconceitos, sem escolhidos e principalmente sem misticismos. Fazia-se o momento deste verdadeiro sentido  humano ser divulgado dentre todos, não mais para aguçar curiosidades, alcançar poderes seculares ou executar guerras, mas enfim, para que fosse ministrada dentro dos ensinos do Mestre Crístico, voltada para bem, para o auxilio e benevolência com o próximo. Era chegado o momento da mediunidade com os ensinos de Jesus.

O maior de todos os Espíritos a já pisar na Terra, tinha deixado seu lastro. Em sua transfiguração no Tabor, com sua comunicação mediúnica com os desencarnados de Gerasa, e tantos outros acontecimentos não registrados na Bíblia, com sua aparição a Maria Madalena, e após seu desencarne com o dia de Pentecostes, deixando sua mensagem aos apóstolos.

No primeiro momento da história cristã, iniciou-se a abertura da mediunidade com três apóstolos (no Tabor), depois abre para todo o colegiado (em Pentecostes), dizendo aos homens que seu amadurecimento já comportava tais comunicações, ao contrário dos tempos de Moises, quando a proibição se fez em virtude da mediunidade desvairada que atingia ao povo Hebreu em virtude, justamente desta falta de amadurecimento.

Nos diz Emmanuel ao falar sobre a proibição no Deuternômio:

“Antes de tudo, faz-se preciso considerar que a afirmativa tem sido objeto injusto de largas discussões por parte dos adversários da nova revelação que o Espiritismo trouxe aos homens, na sua feição de Consolador. As expressões sectárias, todavia, devem considerar que a época de Moisés não comportava as indagações do Invisível, porquanto o comércio com os desencarnados se faria com um material humano excessivamente grosseiro e inferior ”. (grifo nosso).

Não mais a proibição! Agora a aceitação, com todas as responsabilidades ensinadas pelo Cristo.

“E nos últimos dias acontecerá, diz o Senhor, que do meu espírito derramarei sobre toda a carne; os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, vosso mancebos terão visões e os vosso velhos sonharão sonhos ” (Atos, 2:17).

Além destes fatos narrados no Cristianismo Primitivo, temos também o próprio Apostolo dos Gentios, quando em Corinto, ouve (mediunicamente) uma voz e imagem no qual acreditou ser Jesus, dizendo-lhe: “usa os poderes do Espírito”, lição que esclarece-nos Emmanuel na obra Paulo e Estevão, nos dizendo que o Cristo quis dizer a Paulo de Tarso para que Ele escrevesse em seu nome as lições ditadas por Estevão em Espírito. Em suma, cartas mediúnicas.

Após todas estas autorizações do próprio Jesus, tanto encarnado, quando desencarnado, confirma a necessidade dos tempos de esclarecimentos mediunicos. Neste ponto, aparece o Espiritismo como a continuidade destas revelações. A lição do Cristo ressurge em sua pureza doutrinária, juntamente com os esclarecimentos científicos necessários aos homens modernos.

A mediunidade sem mística se faz realidade na Terra. Não mais o sobrenatural, agora o natural, não mais o preconceito, mas um processo Divino, necessário ao aperfeiçoamento das criaturas.

Perguntado a Emmanuel sobre o mediunato, ele responde:

“ A mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda a carne e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em curso na Terra... Sendo luz que brilha na carne, a mediunidade é atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento renovador da posição moral da criatura terrena, enriquecendo todos os seus valores no capítulo da virtude da inteligência, sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos na sua trajetória pela face do mundo .” (grifo nosso).

Esta é a lição que fica com a nova revelação. A terceira, que vem complementar a primeira e segunda, de acordo com os merecimentos da humanidade. Mediunidade com Jesus, esta a solução mais segura para as criaturas.

Jivago Dias Amboni – trabalhador do Centro Espírita Circulo da Luz e integrante da 9 URE.

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