11 de set. de 2011

William Crookes – Importante Personagem no Desenvolvimento do Espiritismo.


Já mencionado em nossos artigos anteriores, William Crookes é um personagem a quem nos cabe o estudo em virtude de suas descobertas científicas no campo do Espiritismo. 

Cientista Inglês muito respeitado em sua época, Crookes foi responsável por diversas pesquisas, ganhando honrarias, títulos e aceitação na Academia Real de Ciências. Foi responsável por descobertas como a do tálio, identificou a primeira amostra do gás hélio, e ficou conhecido também por descobrir os raios catódicos[1]

Para a seara Espírita, sua primeira contribuição foi quanto as investigações que identificaram o plasma, hoje estudado e comprovado não só pela Terceira Revelação, mas por outras filosofias espiritualistas, física quântica, e demais linhas de estudos.

Todas estas descobertas, o levaram a receber uma série de títulos, dentre eles o de Cavaleiro, recebido pela própria Rainha Vitória[2] por seus feitos.

Após dedicar-se seriamente aos fenômenos espíritas que vinham ocorrendo na Inglaterra e nos Estados Unidos, Crookes esteve com grandes médiuns da época como D.D. Home e a própria Kate Fox[3], tendo ficando ciente, após estes contatos, da veracidade dos fatos ocorridos.

Mas sua pesquisa mais comprobatória foi com o espírito de Kate King, que começará a se manifestar em sua presença e de demais pesquisadores que o acompanhavam, juntamente com sua esposa. 

Em suas pesquisas, o cientista hora estudado, pesou a entidade que se manifestava. Medições também foram feitas, alturas diferenciadas foram comprovadas, largura da face, tamanho das mãos, etc. Todos estes fatos detalharam comportamentos que diferenciavam o espírito materializado, da médium[4] que recebia tal entidade.

Crookes, como todo cientista, até então, ignorante nestes fenômenos, iniciou seus estudos com a finalidade de “desmascarar” o espiritismo que se iniciava. Contudo, em virtude de sua seriedade de caráter, ao ver os fatos ocorrerem mudou sua postura, e partiu em busca de suas medições para explicar o que seus olhos viam nas reuniões mediúnicas de materialização.

Crookes tirou mais de 60 fotografias[5], donde podemos colher o seguinte registro:
“Uma das mais interessantes fotografias é aquela em que me acho de pé ao lado de Katie; ela está descalça, em certo ponto do soalho. Depois vesti Miss Cook como Katie e nos colocamos, eu e ela, exatamente na mesma posição e fomos fotografados pelas nossas máquinas, colocadas exatamente como na outra experiência, e iluminadas pela mesma luz. Quando essas duas chapas são superpostas, a minha imagem coincide, no que se refere a estatura, etc.; mas Katie é meia cabeça mais alta que Miss Cook e parece uma mulher grande, em comparação com esta última. Em muitos dos relatos diferem quanto a largura da face e quanto a vários outros detalhes[6]”, (Doyle, p. 208).

Mais tarde, forçado a rever seus conceitos em relação ao Espiritismo por pessoas incrédulas, e que se recusavam a participar das comprovações[7], Willian, por sua vez, confirmou todas as suas pesquisas. Deixando claro que todos os fatos que demonstravam a existência e a comunicação de espíritos eram reais, e todas foram analisadas com rigor científico e longe de quaisquer chances de charlatanismo.
 

“Ainda não toquei num outro interesse – para mim o mais sério e o de maior alcance. Nenhum incidente em minha carreira científica é mais conhecido do que a parte que tomei durante anos em certas pesquisas psíquicas. Já se passaram trinta anos desde que publiquei um relatório das experiências tendentes a mostrar que fora do nosso conhecimento científico existe uma força utilizada por inteligências que diferem da comum inteligência dos mortais... Nada tenho de que me retratar. Confirmo minhas declarações já publicadas. Na verdade, muito teria que acrescentar a isto.” (Doyle, p. 215, grifo nosso).

Como as irmãs Fox, Crookes fora um importantíssimo personagem para o Espiritismo sério. Com a família Fox as manifestações tornaram-se públicas, com Crookes elas definitivamente ficaram registradas na história da humanidade. 

Um estudo de tal vulto viria a acontecer somente com Allan Kardec[8]. Respeitado como Crookes, este professor catalogaria as comunicações espirituais em sua essência[9], transformando o que até agora eram comunicações espaçadas numa doutrina que se espalharia por todo o Globo, descortinando os misticismos, e colocando os preceitos racionais frente à nova revelação prometida pelo próprio Cristo.


[1] Quarto estado da matéria, conhecido como estado radiante. Também descoberto por Crookes.
[2] Rainha do Reino Unido à época.
[3] Ambos médiuns, já retratados em artigos anteriores.
[4] Mrs. Cook, médium de efeitos materiais. Nestes fenômenos ocorre a doação de plasma (descoberto por Crookes) do médium necessário para as materializações do espírito que se manifesta.
[5] Iniciou também com as “mãos de cera”, servido como comprovação de que espíritos são em suma homens que já deixaram o corpo físico. As mãos de cera foram junto com as reuniões de materialização utilizadas largamente no Brasil, principalmente no Estado de Minas Gerais, encontrando-se atualmente em exposição.
[6] Relatos registrados pelo próprio William Crookes.
[7] Vários homens de ciência, Bispos, Cardeais, foram convidados a se fazer presentes nas reuniões, mas além de não comparecerem, criticavam tias feitos, numa comprovação de ignorância e preconceitos absolutos. Tal fato já ocorrera no passado, quando convidados a ver o Planeta de Júpiter pelo telescópio de Galileu, também não o fizeram, porém, condenaram-no por suas descobertas.
[8] Hippolyte Léon Denizard Rivail. Eminente professor Francês. Chegou a reestruturar o sistema de educação daquele país. Adotou o pseudônimo de Allan Kardec (nome de sua última reencarnação dentre os Druidas), para publicar as comunicações com os espíritos que se iniciaram com o Livro dos Espíritos.
[9] Como Ciência, a Doutrina Espírita possui princípios (já estudados e comprovados por alguns cientistas) como a reencarnação, livre-arbítrio, comunicação com os espíritos.

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